O setor avícola brasileiro enfrentou um choque em junho, com quedas expressivas nos preços internos e nas exportações. Mas já em julho, os primeiros sinais de recuperação indicam que esse ciclo turbulento pode estar virando. Vamos entender o que aconteceu e quais os desafios e oportunidades que vêm pela frente.

Junho: Queda Histórica de Preços e Exportações

Em junho de 2025, o preço médio do frango abatido sofreu a maior queda dos últimos 18 anos, chegando a cerca de R$ 7,50/kg na Grande São Paulo, o que representa uma redução de 13,4% em relação a maio. Essa retração foi motivada principalmente por:

• Restrições temporárias nas exportações após o caso de influenza aviária no Rio Grande do Sul;
• Oferta elevada do produto no mercado interno;
• Concorrência crescente de países asiáticos e da União Europeia.

Além disso, o preço do frango vivo caiu cerca de 15% desde o início dos focos da gripe aviária, pressionando as margens dos produtores e impactando toda a cadeia produtiva.

No âmbito das exportações, o Brasil embarcou aproximadamente 343,4 mil toneladas de carne de frango, com um recuo de 21,2% em relação a junho de 2024. A receita gerada caiu quase 20%, totalizando cerca de US$ 637 milhões. Embargos parciais em mercados estratégicos como China e União Europeia ajudaram a explicar essa redução, embora o impacto tenha sido menor do que o inicialmente esperado.

Julho: Sinais Claros de Retomada

O cenário começou a melhorar já na primeira semana de julho, quando os embarques diários de carne de frango alcançaram 18,8 mil toneladas por dia, um aumento de 20% em relação a junho. Apesar dos preços internacionais ainda estarem cerca de 7,5% abaixo dos valores do ano passado, o restabelecimento do status sanitário livre da gripe aviária no dia 18 de junho foi fundamental para essa reação.

Além disso, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) projeta uma evolução significativa nas exportações no segundo semestre, com expectativa de um recorde anual de 5,35 milhões de toneladas em 2025.

Oportunidades e Desafios para o Setor

A retomada abre espaço para diversificação e reforço em mercados emergentes, como África do Sul e Singapura, que já suspenderam restrições temporárias. No entanto, a biossegurança continua sendo prioridade máxima, especialmente diante da pressão sanitária ainda incerta no Oriente Médio.

Em Resumo

O setor avícola brasileiro viveu um dos momentos mais desafiadores dos últimos anos em junho, com quedas históricas nos preços internos e nas exportações. Ainda assim, o início de julho mostra sinais claros de recuperação, sustentados por certificações sanitárias e expectativas de crescimento. Para aproveitar esse momento, é essencial que produtores e indústria mantenham a segurança do plantel, diversifiquem mercados e acompanhem de perto as dinâmicas globais.

Com estratégia, controle sanitário e inovação, o frango brasileiro está preparado para retomar o crescimento e continuar como um dos principais líderes do agronegócio mundial.

 Referências:

• AviSite: Exportações de carne de frango caem 13,5% em junho
• AviSite: Preço do frango tem queda mais intensa em 18 anos
• AviSite: Início de julho mostra sinais de recuperação
• Portal do Agronegócio / Cepea: queda de 13,4% nos preços em SP
• FeedFood / Jornal dos Vales: impacto da gripe aviária nos preços vivos e abatidos
• ABPA / Radar Digital Brasília: queda nas exportações e projeção de recorde anual
• O Presente Rural: expansão de mercados com retirada de restrições

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